Quando queremos ajudar o ser humano, integralmente, não podemos tratar de sentimentos, sem considerar sua religiosidade; sua pressão alta, sem saber o que o preocupa; suas finanças, sem saber do seu passado, sua educação, sua filosofia de vida etc.
Enfim, não podemos tratar do homem “em pedaços”. Até hoje, o médico trata do corpo; o psicólogo de alguns problemas de ajustamento social; o padre de problemas religiosos; o psiquiatra de seus medos, delírios e alucinações (com remédios, choques elétricos e internações) e assim por diante.
Assim sendo, a sociedade também está fragmentada em pedaços isolados que, não raro, são conflitantes entre si. É o caso da incompatibilidade existente entre ciência, filosofia, teologia, economia, política etc. Essa é a esquizofrenia existente no interior dos seres humanos, projetada na vida social, que divide tudo: pais e filhos, homens e mulheres, patrões e empregados, o governo e o povo, as classes sociais etc.
Nascemos como seres unificados, e assim devemos ser tratados. Portanto, teria de haver uma ciência integral, também unificada, que tratasse o ser humano e sua vida de maneira total.
Assim é a ciência de Norberto R. Keppe, chamada Trilogia Analítica: ela unifica ciência, filosofia e teologia; sentimento, pensamento e ação; e numa visão mais abrangente, visa à unificação dos homens, raças e nações. É importante salientar que a Trilogia não é “mais uma coisa nova”; é a ciência baseada em todo o trabalho anterior de valorosos cientistas, filósofos, teólogos, artistas, em séculos e séculos de civilização.
→Essa unificação da ciência trilógica, ao contrário do que se possa pensar, possibilita um maior aprofundamento e especialização de cada campo específico de estudo, anteriormente impossíveis, devido, em grande parte, a essa separação dos campos. Os campos de estudo trilógico se intercomunicam e trocam informações, como no princípio dos vasos comunicantes.
Por exemplo: a medicina tradicional não pode dar solução total ao tratamento das doenças orgânicas, por não ter feito a ligação entre a vida emocional e o nosso organismo.
De um lado, os médicos tratam do corpo — de outro, os psicólogos trabalham as emoções. Mas a única medicina verdadeira é a sócio-psico-somática, ou seja, a que une os fatores sociais aos psíquicos e orgânicos e procura solucionar a questão nos três níveis, pois eles são interdependentes.
Como pode um médico tratar, através de comprimidos e dieta alimentar, a úlcera do indivíduo que é inseguro por questões psicológicas internas e sofre enorme pressão dentro da família, no trabalho e na sociedade?
A humanidade toda está doente. A economia, as leis, a medicina, a psicologia, a religião, os seres humanos estão severamente enfermos.
Existe uma unidade em toda essa doença, uma causa comum, pois os seres humanos são, basicamente, os mesmos em todos os lugares do mundo e as misérias foram todas criadas por essa patologia comum.
Portanto, havia necessidade de uma correção dos males pela raiz. Esse trabalho de unificação, tão difícil e buscado por tantos, agora pode ser realizado, através das descobertas desta nova ciência.
Cláudia B. S. Pacheco, psicanalista. Extrato do livro ABC da Trilogia Analítica (Psicanálise Integral).